Desafio 03 - extra (O problema com o Caruru Resistente)

Grande problema com a infestação do Amaranthus ( Caruru )

O amaranthus palmeri , um tipo de caruru que preocupa agricultores e pesquisadores. O motivo: a alta resistência aos principais herbicidas usados no campo o glifosato.

O agrônomo Anderson Cavenaghi explica que a planta é comum nos Estados Unidos, México e Argentina e possui características singulares. “Diferente das outras amaranthus que a gente tem no Brasil, ela tem flores femininas e masculinas separadas nas plantas e uma coisa que agrava bastante é o número de sementes produzidas. Ela pode produzir até 1,5 milhão de sementes por planta se ela tiver em uma situação sem competição, mais favorável. Então, o grande número de sementes por planta facilita ela tomar o espaço ao seu entorno”.

No Brasil, os primeiros casos foram registrados nos municípios de Tapurah e Ipiranga do Norte, em Mato Grosso, há cerca de dois anos. A principal suspeita é de que essa planta daninha tenha vindo em máquinas usadas em outros países.

Rogaciano Arruda, coordenador do Programa erradicação do estado de MT amaranthus/Indea conta que conversaram com gerentes de fazendas, funcionários, pessoas da região e foi informado que em 2011 houve importação de máquinas colhedoras de algodão da Argentina. “Sabemos que na Argentina a praga se encontra largamente difundida” explica.

Também há relatos de gerentes da fazenda que, em 2012, já viram algumas plantas com características do a. Palmeri. Então reforça a hipótese de que pode ter vindo através de colhedoras usadas, importadas da Argentina, para esta região.

No meio da lavoura de soja, o amaranthus palmeri chama atenção pelo tamanho. Isso mostra que a planta se adaptou bem ao solo e ao clima de Mato Grosso, quente e úmido. Problema que se agrava porque o amaranthus acaba disputando água, luz e nutrientes com os pés de soja e milho.

A preocupação com a presença desta praga também está relacionada à dor de cabeça que ela tem causado nos agricultores dos Estados Unidos. Pesquisas realizadas por lá apontam que, quando não controlado, o amaranthus palmeri pode provocar perdas gigantescas no rendimento das lavouras. No caso da soja e do algodão, de até 80%. Já nos milharais, o comprometimento pode ser ainda maior, chegando a 90%.

Para evitar esse risco por aqui, medidas de controle já foram adotadas em todas as fazendas, em um raio de 20 quilômetros dos locais de infestação. São pelo menos seis focos confirmados no norte de Mato Grosso.

O porquê da resistência ao glifosato

O gene tolerante ao Glisfosato, também conhecido como cp4-epsps, é o gene que confere às plantas a tolerância à aplicação, em pós-emergência, de herbicidas à base da molécula de glifosato, que foi desenvolvido e registrado pela Monsanto Company, nos Estados Unidos, durante os anos 90. Esse gene foi isolado de uma bactéria chamada Agrobacterium spp encontrada em um tanque de efluentes em uma fábrica de produção do glifosato. A introdução do gene cp4-epsps nas plantas de soja se deu pelo processo de biobalística, onde segmentos de DNA dessa bactéria foram introduzidos nas células vegetais.

Como o gene tolerante ao Glifosato age na planta A molécula de glifosato age na planta através do bloqueio da enzima 5-enolpiruvato- shiquimato-3-fosfato sintase (EPSPS), que faz parte da via de biossíntese de aminoácidos aromáticos essenciais para o desenvolvimento da planta. Quando essa enzima é bloqueada, a via metabólica é interrompida e, pela falta de aminoácidos, a planta morre. No caso da cp4-epsps, o glifosato não consegue bloqueá-la e, assim, a via metabólica não é interrompida e as plantas se desenvolvem normalmente.

Imagem de uma lavoura de soja infestada com o amaranthus palmeri.

Sementes do caruru Palmeri, cerca de 1,5 milhão de sementes por planta

Imagens da sementeira do amaranthus palmeri, média de 1,5 milhão de sementes por planta.

Conclusão sobre o Problema:

No brasil existem diversas espécies de caruru, porem todas as espécies nativas do brasil tem como controlar com defensivos químicos que atualmente e o mais utilizado no mundo.

A cerca de 4 anos foram constatados focos de uma espécie nova do caruru no brasil, como explica o artigo acima, e a mesma contem resistência ao principal herbicida utilizado no mundo que o glifosato, cujo tem como ingrediente ativo o (fosfonometil) na qual essa espécie de caruru ficou resistente a essa molécula.

Entretanto, no momento produtores estão sujeitados a conviver com esse problema, adotando técnicas de manejo em suas propriedades para conseguir controlar essa espécie de caruru.

Desafio.

Tendo o conhecimento sobre a gravidade do problema que os produtores brasileiros estão sujeitos a enfrentar com essa especie de caruru, vamos imaginar uma situação de um produtor de milho e soja na região de Ipiranga do Norte MT. Fazenda do Joãozinho Escala da imagem:

1 cm = 100 metros. Fonte da imagem, google Earth.

Perguntas.

1. Qual o tamanho total da propriedade do Joãozinho?

2. Quantas hectares de lavouras o Joãozinho consegue cultivar?

3.Os pontos brancos na lavoura de soja do Joãozinho são grandes focos de infestações de caruru na safra 14/15, identificadas com um drone pelo tecnólogo da fazenda, e o mesmo mapeou as áreas com maior infestação representadas pelos círculos brancos na lavoura. O tecnólogo também identificou que a erva daninha foi oriunda da propriedade vizinha.

Calcule quantas hectares foram tomadas pela erva daninha.

4. As áreas infestadas contem 0,78 plantas por metro quadrado. Quantas plantas de caruru tem ao todo na lavoura de Joãozinho?

5. Com dados em estudos sobre o caruru, artigos afirmam que uma planta pode produzir ate 1,5 milhão de sementes por planta.

Joãozinho não conseguiu controlar a erva daninha com as aplicações de herbicidas na sua lavoura, pois ele não conhecia da resistência ao glifosato, assim o caruru madureceu e espalhou sementes em sua lavoura.

Estimando uma germinação das sementes de caruru de 79%. Quantas plantas de caruru terá na safra de 2016 na fazenda de Joãozinho?

6. A fazenda de Joãozinho produziu aproximadamente 30960 sc de soja e 65200 sc de milho na safra 2015 em sua propriedade.

Considerando que Joãozinho não controle o caruru para a safra de 2016, qual será perda em produtividade em relação a safra de 2015?

Dados:

· O caruru (amaranthus palmeri ) quando não controlado causa perdas de produtividade na soja de 80%/há e no milho de 90%/há

· Preço por sc de soja 68,00 R$.

Preço por sc de milho 42,00 R$.

7. Sabendo que o caruru e uma planta resistente ao glifosato. Explique porque as pragas em gerais no campo adquirem resistência a defensivos químicos.

8. Como que o glifosato elimina as plantas?.

9. Joãozinho buscou controlar a erva daninha na próxima safra, utilizando outro herbicida sistêmico não seletivo. Supondo que você e o técnico da fazenda responsável para realizar a pulverização recomende as aplicações a seguir:

Dados:

· Recomendação para aplicação na área infestada de caruru, 600g de ingrediente ativo glifosato por Ha / 780g ingrediente ativo paraquat por Ha.

· Herbicidas disponíveis em uma loja de insumos de Ipiranga do Norte MT.

Paraquat.

800g de Ingrediente ativo por litro do produto. concentração 3% volume da calda

Herbicida sistêmico não seletivo.

Embalagens de 1L R$ 39,00/ 5L R$ 180,00/ 20L R$ 730/ 200L R$ 7258,00

Roundap ( glifosato)

480g de Ingrediente ativo por litro do produto. 5% volume da calda

Herbicida sistêmico não seletivo

Embalagens de 1L R$ 29,00/ 5L R$ 145,00/ 20L R$ 540/ 200L R$ 5600,00

a) Quantos litros de defensivo terá que ser comprado? Qual o valor da compra?

b) Qual a vazão em L/há devera regular o pulverizador?

c) Supondo que o pulverizador de Joãozinho tenha 30 metros de barras, um tanque de 3000 L, e pulverizando a uma velocidade de 12 km/h qual o tempo que vai gastar para pulverizar toda a área? ( tempo para abastecer 15 minutos)

10. Qual foi a vantagem e a desvantagem de Joãozinho optar por controlar o caruru com outro tipo de herbicida?